Fronteira, direitos humanos e territórios tradicionais em Rondônia (Amazônia Brasileira)

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Ricardo Gilson da Costa Silva
Amanda Michalski
Luciano Ítalo Tavares de Souza
Luís Augusto Pereira Lima

Resumen

Neste início de século, a contínua marcha do capitalismo na Amazônia brasileira atinge as Áreas Protegidas, espaços destinados à preservação, à conservação da natureza, e proteção aos territórios tradicionais dos povos amazônicos. Essas dinâmicas territoriais ampliam as pressões sociopolíticas e econômicas nos espaços institucionalizados a garantir formas sociais de uso coletivo da terra e da natureza, que diretamente asseguram a proteção dos serviços ambientais para a sociedade. Analisa-se esse fenômeno empírico no estado de Rondônia, localizado na Amazônia meridional brasileira, problematizando esses processos nos territórios dos povos indígenas e seringueiros (comunidade tradicional). Conclui-se que a expansão da fronteira promovida pelos grupos econômicos (pecuária, madeira, grileiros, mineração e soja), com apoio do Estado, atingem a proteção ambiental e cultural dos povos amazônicos com fortes transgressões às leis de ordenamento territorial, cujo resultado institui um processo social vinculado à violência, ao crime ambiental e à negação dos direitos humanos e territoriais dos grupos sociais diretamente afetados.

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Cómo citar
Ricardo Gilson da Costa Silva, R. G. da C. S., Amanda Michalski, A. M., Luciano Ítalo Tavares de Souza, L. Ítalo T. de S., & Luís Augusto Pereira Lima, L. A. P. L. (2020). Fronteira, direitos humanos e territórios tradicionais em Rondônia (Amazônia Brasileira). Revista De Geografía Norte Grande, (77), 253–271. https://doi.org/10.4067/S0718-34022020000300253
Sección
Artículos

Citas

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